quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Páginas Amareladas.

 
São diários antigos. Fatos de uma garota que não existe mais, mas que ainda mora naquelas páginas amareladas e cheias de adesivos coloridos. Quantas pessoas passaram por sua vida, quantas memórias, lágrimas, e sofrimentos por quem simplesmente não compartilhava do mesmo "amor eterno" que ela. Como doía um telefone desligado na cara, ou um sms não respondido. Como ardia no coração daquela menina frases absurdas como " Fulana é mais mulher do que você", ou "Deixa de ser criança e fale algo que se aproveite". E ela escutava calada, e ia remoendo aquelas frases, pensando em tudo o que deveria responder e não respondia... e se ele tivesse razão?  E se jamais encontrasse alguém que pudesse suportar seu jeitinho de menina, seu sorriso bobo, seu choro em um filme romântico? Afinal, como ele mesmo dizia, ninguem suportaria tanto "açucar" assim... só ele faria essa "caridade". A família avisou. As amigas também. Mas o desejo de VIVER partiu dela, num sábado de manhã, quando ela leu mais uma vez as páginas de uma história triste que ela mesmo escrevera, mas que poderia e deveria ter o final feliz. Olhou-se no espelho e viu que o "sorriso bobo" era lindo, seu jeitinho de menina era encantador, e que alguem nesse mundão enorme,com certeza, esperava por um pouco de açucar na vida. O "Não te quero mais, tchau." lhe deu a sensação mais marcante da vida: de decidir seu caminho, seu destino, de ser feliz. E hoje, lendo as páginas amareladas desses diários, ela percebe que as vezes as pessoas passam por nossas vidas, não para aprender com a gente, mas para que possamos aprender com elas... e ela aprendeu que merecia ser bem tratada, ser amada.
   E pra quem mais interessar: a menina cresceu. E descobriu que existe muito cara nesse mundo que troca o gosto amargo de uma cerveja, por uma boa dose de açucar.

(byBahferreira)

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